Todos os dias, uma quantidade enorme de informações falsas, sem embasamento científico, que prometem ajudar na cura do câncer, chegam por meio das redes sociais, de amigos e até mesmo de alguns profissionais. É preciso ter muito cuidado! Colocar em prática muitas dessas orientações pode comprometer a sua saúde e o seu tratamento, em vez de te ajudar. Esse é o caso das dietas restritivas e as dietas e alimentos milagrosos, que são temas frequentes na Internet.
Alguns deles são: “Dieta sem carboidratos cura o câncer”; “Sua quimioterapia não vai funcionar se você comer carboidratos”; “Carboidratos (pão, farinha de trigo, açúcar, arroz etc) alimentam o tumor”; “Proteínas de origem animal (carne vermelha, leite, ovos, queijos) devem ser excluídas da alimentação, pois alimentam o tumor”; “Cogumelo do sol, noni, graviola, chá de graviola, chá verde, dentre outros muitos alimentos, curam o câncer”; “Dieta da uva”; “Dieta do limão”; “Jejum cura o câncer”; “Torne-Se vegetariano/vegano e cure o câncer”; e “Dieta do alimento vivo”.
O fato real é que a Nutrição Oncológica entra em três momentos:
Prevenção de doenças: é a fase em que estamos saudáveis e temos a possibilidade de “seguir dietas” de maneira adequada e equilibrada com alimentos ricos em proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas, minerais, fibras, nutrientes antioxidantes e anti-inflamatórios, etc. Esta é uma fase interessante para iniciar a reeducação alimentar e adquirir bons hábitos alimentares. Sugere-se também a prática de exercícios físicos e controle do peso.
Tratamento do câncer: nesta fase, o maior desafio da nutrição é manter o paciente com boa performance para o tratamento. Pensando nisso realizamos adequação alimentar, manejos nutricionais da forma mais saudável possível com o objetivo de manter e/ou recuperar o estado nutricional e massa muscular do paciente, além do manejo dos sintomas que a quimioterapia/radioterapia/cirurgia trazem.
Nesta fase não é indicada nenhuma dieta restritiva ou da moda nem qualquer tipo de intervenção sem embasamento cientifico e acompanhamento de um nutricionista especializado, pois estes modelos poderão trazer deficiências nutricionais, perda de peso e de massa muscular, desnutrindo o paciente e levando a uma piora na qualidade de vida e performance para o tratamento com possíveis adiamentos, diminuição da eficácia ou suspensão do tratamento.
Pós tratamento: nesta fase a nutrição entra com reeducação alimentar, aliada ao exercício físico, com uma alimentação equilibrada e especifica que auxilie na prevenção de recidivas do câncer e de outras doenças associadas ao tratamento ou pré-existentes.
Para concluir gostaria de lembrar que o nutricionista é o único profissional habilitado para prescrever “dietas”, planos alimentares como forma de prevenção, qualidade de vida, performance em esportes, e tratamento de doenças, sempre levando em consideração a individualidade.
Consulte sempre um nutricionista.